sexta-feira, 23 de julho de 2010

Joguinhos digitais: uma breve reflexão

por Azevedo Pardinho (*)

Para se chegar a fonte, é preciso nadar contra a correnteza - (Mahatma Ghandi)

Quando eu tinha 16 anos (final dos anos 80), um ex-patrão, professor e amigo meu, emprestou-me um aparelho chamado Telejogo que era ligado num televisor (preto e branco, é claro). Ele tinha dois controles deslizantes (acima e abaixo) que moviam duas barras verticais e impedia que um ponto branco passasse o “gol” do adversário. Eram os primórdios da computação pessoal e o videogame iria ser inventado, logo em seguida! Do Telejogo para o Enduro da Atari, foi um passo bem pequeno. Depois vieram Come-Come, River Raid, onde você pilotava um aviãozinho, abastecia e combatia aeronaves inimigas... ops! Pronto, a guerrinha tinha entrado no jogo e, das inocentes brincadeiras de bang-bang (ou cowboy, na minha terra), polícia e bandido, os criadores de jogos, sob o pretexto de dar mais emoção, barbarizaram o suficiente para desviar a atenção de juizes de direito para chegar a proibir jogos tipicamente violentos como GTA (Grand Theft Auto, ou “grande ladrão de carros”) , Counter Strike, Call of Duty, entre outros. O paradoxo curioso é que, quanto mais se proíbe, mais chama-se a atenção e mais populares se tornam, até que passe a “febre”. Fato semelhante tem acontecido com a música e, respeitando o gosto pessoal, precisamos ser bastante seletivos para que uma música agradável chegue aos nossos ouvidos nestes tempos modernos! Mês passado, experimentei o GTA e, concordo com a censura de tal jogo, inclusive para adultos! É uma posição ortodoxa minha, mas penso que infelizmente tais tipos de jogos prestam um desserviço à sociedade e, infelizmente nada acrescentam a evolução de nossa cultura, já estigmatizada com valores pouco humanos. Conheço opiniões diferentes à minha e as respeito. Mas, para não ficar a crítica pela crítica, utilizo este espaço para fazer um franco apelo a pais e responsáveis: cuidem de nossas crianças! A falta de conhecimento tem sido um argumento amplamente utilizado para a omissão na educação e na formação cultural de nossa sociedade. Sugestões? Existem algumas, bastam você ir atrás: jogos de detetive, antiguinhos, onde o personagem é o mocinho (Carmem Sandiego, por exemplo). Jogos de estratégia que estimulam o pensar (como o Xadrez, não a (à) cadeia, é claro, :-)) . Coelho sabido que ajuda as crianças a estudar matemática, português, geografia e humanidades,. Se você realmente está interessado neste assunto, uma sugestão simples: cheque quais são os objetivos do jogo em questão e procure nos sites de busca que excelentes alternativas poderão ser encontradas, desde estratégias, jogos de moda (vestir bonecas!), esportes em geral, etc. No meu blog estarei dispondo alguns links sobre o assunto e que buscam contribuir com a nossa contra-cultura, se é que me compreendem. É um trabalho de formiguinha, ou beija-flor, ou simplesmente ainda estou aprendendo a nadar, pela corrente mesmo. Todavia, tenho sutis esperanças de estar fazendo a diferença pois vislumbro uma sociedade mais humana e mais justa nesta Era Digital. Boa leitura, pessoal!

(*) Azevedo PARDINHO atende domicílios há mais de 10 anos na área de suporte técnico em informática. Contato: (41) 9966-2296 / 8503-9859